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Feliz Pra Sempre #02 - Dá pra ser feliz com depressão? Um papo franco com Vivian Benford 

Esta semana fiquei chocada com a notícia sobre a morte de uma blogueira de 24 anos, Alinne Araújo se atirou do nono andar do prédio em que vivia, um dia depois de ter sido abandonada pelo noivo, que comunicou a desistência do casamento por whatsapp, apenas algumas horas antes da cerimônia.

 

Na boa, qualquer pessoa normal teria entrado em completo desespero. Mas Alinne sofria de depressão e ansiedade. Será que isso explica a forma inusitada como ela lidou com a decisão do noivo? Se você não leu sobre o assunto na mídia, vou te contar em resumo. Em vez de se jogar na cama e chorar por 3 meses seguidos – acho que eu teria feito isso – ela decidiu seguir em frente com os planos e se casou sozinha no último domingo (15), com direito à cerimônia e festão. Os vídeos que ela mesma postou em seu Instagram são de partir o coração.

 

E depois disso, em meio a uma chuva de seguidores e haters que bombardearam seus feeds com mensagens de apoio e desprezo, Alinne se entregou à depressão e se jogou do prédio. Em algumas horas passou de um ato de bravura imensa a um ato de covardia do mesmo tamanho.

 

Tudo isso só me fez refletir mais ainda sobre o tema dessa semana aqui no podcast Feliz Pra Sempre, que é justamente – por pura coincidência, se é que você acredita em coincidências... - o convívio com a depressão e seus parentes próximos – ansiedade, síndrome de pânico, etc. Sempre me intrigou o papel que a depressão ocupa na vida das pessoas. Digo isso porque acho que já venci aquela etapa de não compreender que se trata de uma doença, ou de pensar que deprimidos são apenas pessoas tristes ou acomodadas na vida, enfim: já entendi que o assunto é sério e vai muito além de uma fase ou “frescura”. Mas ainda existe quem faça da depressão um escudo, uma espécie de justificativa pra não sacudir a poeira e encarar os desafios do cotidiano. Você também conhece alguém assim?

 

Não acredito que este tenha sido o caso da blogueira Alinne, pois ela enfrentou algo realmente extremo, uma situação contra a qual precisaria ter uma força sobrenatural. Mas vejo gente por aí se apoiando na sua condição de depressivo como quem se apoia numa bengala. De repente o vilão se torna mocinho – a doença assume a culpa por todas as suas travas e o deixa leve, uma simples vítima indefesa sem precisar se explicar aos outros ou a si mesmo.

 

Quando a cantora, fotógrafa e ThetaHealer Vivian Benford veio ao CafofoStudio, eu a preveni de que seria um pouco dura na minha abordagem. Como temos muita intimidade – nos conhecemos no primeiro ano do ensino médio, gente! Não quero nem fazer essa conta! – eu senti que poderia levar nosso papo por esse caminho sem correr o risco de ganhar um safanão ou magoar profundamente a alma já tão sofrida da minha amiga. E o resultado foi uma entrevista repleta de risos, música, boas lembranças e informação de verdade, pra quem quer e precisa entender melhor sobre os transtornos que uma pessoa deprimida tem que superar diariamente.

 

Tenho muito orgulho dessa menina do cabelo colorido, que transborda talento, sensibilidade e doçura, até mesmo quando narra seus momentos mais tristes. Serei eternamente grata a ela por ter me ajudado a remover mais uma camada desse preconceito - que todos nós temos quando julgamos ou outros em vez de buscar por respostas. Espero que você, assim como eu, possa aprender e se emocionar com essa linda entrevista.

 

Pra conhecer melhor a Vivian, acesse www.youtube.com/vivisview ou www.instagram.com/vivianbenford

 

Para assistir ao clipe da música Corpo e Alma – Kleiton e Kledir – que a Vivian interpretou de um jeito lindo e eu acompanhei no piano, clique aqui! https://youtu.be/Op6KNxjbcSo