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Feliz Pra Sempre #07 – Da ditadura da beleza a ditadura da aceitação. O que mudou afinal?

Em março deste ano eu me submeti a uma cirurgia plástica pra levantar meus peitos, que estavam “tristinhos” depois de amamentação, quatro abortos espontâneos e um corpo mais sequinho - quando cessou toda essa turbulência hormonal na minha vida.

 

Foi uma decisão difícil, embora eu sempre dissesse que tinha vontade de fazer a mastopexia com colocação de próteses para firmar. Muitas questões começaram a fritar na minha cabeça, antes e depois da cirurgia. A principal delas foi e sempre será: a gente precisa mesmo passar por isso? Por que?

 

Em meio a todo esse processo, me vi às voltas com um artigo publicado na edição de 07 de abril de 2019 na Revista Ela – Jornal O Globo. O editorial da Marina Caruso parecia colocar pingos em todos os “is” que me atormentavam. Segue um trecho, pra vocês entenderem melhor:

 

“Se, por um lado, as redes sociais deixaram de nos sufocar com blogueiras fitness e seus tanquinhos malhados, por outro, passaram a fuzilar quem não ama as próprias gordurinhas, não está feliz com o cabelo que tem, ou não curte a ideia de deixar os pelos da axila crescerem. É como se, depois de anos de opressão por causa da beleza perfeita, a gente passasse para o extremo oposto: a ditadura do amor próprio.”

 

Será que eu preciso dizer mais? Só me resta abrir esse debate aqui no podcast, pois tenho certeza de que você também já sentiu essas pressões – primeiro pra ser a magrelinha sarada de cabelo liso, e atualmente pra ser exatamente o que você é, mesmo que isso te faça infeliz toda vez que olha pro espelho.

 

Na ditadura atual, as meninas negras não podem mais querer alisar o cabelo. As gordinhas que fazem dieta são verdadeiras traidoras do seu corpo plus size. O gay que não quer dar pinta de gay é indeciso. Todo mundo precisa estampar num outdoor o que é de verdade, gostando disso ou não.

 

Pelamordedéus, será que a gente não pode chegar a um meio termo, gente? Resolvi abrir esse papo controverso aqui, porque acredito que se cada um de nós conseguir olhar pra dentro, com amor e respeito pelo que é, vamos encontrar características das quais gostamos e outras que nos provocam insatisfação. E não tem nada de errado nisso, gente! O que importa é analisar aquilo que te incomoda na sua aparência, no seu comportamento, no jeito como você conduz sua vida. Se der pra mudar, não faça de conta que está satisfeito. Encare o desafio e mude sim! Pinte o cabelo, ou deixe ficar branco de vez! Reforme os peitos, experimente outras roupas, se olhe no espelho e procure gostar cada vez mais daquela pessoa que você vê.

 

Mas... E se o que eu não gosto em mim é algo que não dá pra mudar? Pois é. Pra alguns itens do pacote, não tem mesmo alternativa, a não ser o bom e velho amor próprio, que nunca sai de moda e pode ser temperado com uma bela dose de bom humor – e a certeza de que existe um motivo muito claro pra você ter vindo ao mundo exatamente assim, do jeitinho que é.

 

Se você pensa em fazer cirurgia plástica e quer bater um papo-cabeça, é só me procurar. Prometo não te desanimar, mas vou mandar logo a real: vai ser uma revolução no seu corpo e na sua forma de ver a vida!

 

Pra ver minhas fotos pós-cirurgia (sou dessas bem exibidas rsrs!) é só vasculhar meu instagram! E se você estiver no Rio, indico com muito carinho a Dra. Júlia Amando, que também tem um instagram bem legal recheado de informações sobre o assunto.